Nasceu em Assu no dia 08 de outubro de 1902, filho do Sr. Enéas da Silva Caldas e de D. Neófita de Oliveira Caldas. Aos seis anos estudou as primeiras letras na escola de dona Luíza de França. Quando foi fundado o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia em 1911, lá estava ele, inserido no rol dos alunos pioneiros.
Aos dezoito anos obteve seu
primeiro emprego, como tipógrafo, na Tipografia de José Severo de Oliveira, no
Assu. Certamente esta foi a grande escola. Daí o seu afeto pelas letras. Posteriormente
foi motorista e mensageiro dos correios e telégrafos. Viajou ao Rio de Janeiro
e trabalhou como tipógrafo e caixeiro viajante. Por conseguinte, em Santos,
novamente atuou como tipógrafo e foi pracista da firma Leite Gasgon.
Ao regressar ao Assu, colaborou
em diversos jornais. Por sua conta, resolveu excursionar pelas cidades do
interior de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, recitando seus poemas e
tocando violão. Tornou-se um Show-Men através de suas Melodias Selvagens.
Casou-se no ano de 1939 com D.
Fausta da Fonseca Nobre - musa inspiradora de muitos dos seus poemas. Esposa
dedicada, amiga e companheira até à hora do último adeus, ocorrido no dia 26 de
outubro de 1991.
Renato Caldas viveu sua
infância consumindo água de cacimba, degustando os apetitosos peixes do Piató,
tomando banhos nas águas barrentas do córrego, fabricando seus próprios
brinquedos, debulhando milho e feijão nos tradicionais encontros de vizinhos,
ouvindo estórias de Trancoso, adivinhações... Viveu numa época em que as
crianças reverenciavam os mais velhos. Talvez tenha sido este contato direto
com a pobreza e com a rica natureza do Vale, que fez dele uma figura humana
preocupada com a preservação do meio ambiente e com a cultura popular do nosso
povo, facilmente identificada em Fulô do Mato.
Boêmio, cantador e poeta
inigualável... Namorador de primeira grandeza. Quando a questão era mulher,
todo tipo e padrão lhe serviam e a todas prometia: amor eterno e um lugar no
coração.
Renato Caldas foi o poeta de
Fulô do Mato (sete edições); Poesias, Meu Rio Grande do Norte e Pé de Escada -
este último em parceria com João Marcolino de Vasconcelos (Lou).
Durante décadas Renato Caldas
selecionou recortes de jornais, fotografias, documentos, cartas, opiniões de
críticos e de amigos na busca de preservar não somente a sua história, mas a de
uma época nobre para a cultura norte-rio-grandense.
A Prefeitura Municipal do Assu
com a colaboração dos familiares do poetas, no centenário do seu nascimento
(2002), resgatou uma dívida com o povo e realiza um dos sonhos de Renato Caldas
publicando este material de relevante contribuição para a cultura regional
através dos livros: Cartas Par fausta; Renato Caldas – O Poeta das Melodias
Selvagens; Fulô do Mato (fac-similar da 1ª edição) e Fulô do Mato (concepção do
livro manuscrito pelo poeta no ano de 1937).
O seu livro de maior destaque,
Fulô do Mato, tem uma importância singular para a vida literária do poeta assim
como para a cultura do Estado. Desde a sua primeira edição em 1940, sempre foi
um livro raro nas prateleiras das livrarias e bibliotecas. Fulô do Mato é
aquela lamparina a iluminar o interior da choupana, enquanto o pobre repousa
inquieto, sonhando com a labuta incerta do dia seguinte. É a única luz... É
caatinga e várzea, seca e inverno, amanhecer e pôr do sol... Fulô do Mato
derrama suor e lágrimas. Tem lábios femininos cedentes de beijos... Olhos
hipnotizantes. Possui o cheiro do campo e o perfume bom da mulher amada.
Retrata o poeta Renato Caldas de “corpo e alma”. É Assu, Rio Grande do Norte,
Nordeste e Brasil
Renato Caldas é patrono de uma loja
maçônica, de uma medalha na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e
patrona da cadeira nº 5 da Academia Assuense de Letras, fundada em 23 de janeiro de 2015, que tem como primeiro ocupante o pesquisador Ivan Pinheiro
Bezerra
Faleceu no dia 26 de outubro de 1991
FONTE – BOLG ASSU NA PONTA DA LINGUA, DE IVAN
PINHEIRO BEZERRA
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